O Médico, O Homem, o Poeta
Armando Pinheiro
1922 – 2014
Armando Pinheiro, médico, poeta e escritor, foi
homenageado na noite de 21 de agosto de 2014 no auditório da Bonjóia, no Porto,
numa sessão literária que revisitou a poesia do autor. A família de Armando
Pinheiro esteve presente. Para que a memória não se apague, Libânia Madureira
lembrou e deu a conhecer o Homem, o Médico e o Poeta ARMANDO PINHEIRO. Uma
noite de poesia, de afetos e musical decorreu no Serão da Bonjóia. Num convite
à reflexão sobre a condição humana, Libânia Madureira e Maria Mamede fizeram a
leitura de poemas do autor, acompanhadas à viola por Carlos Andrade e Fernando
Ribeiro.
Nascido no Porto, em 1922, Armando Guimarães
Pinheiro formou-se na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto em 1945.
Foi Interno na Estância Sanatorial do Caramulo desde 1945 até 1947. No regresso
do Caramulo, foi médico auxiliar e depois broncologista no Sanatório Rodrigues
Semide. Chefiou o serviço de Broncologia do Sanatório D. Manuel II, entre 1955
e 1970. Foi director do Serviço de Cuidados Intensivos do Hospital de Santo
António, onde trabalhou desde a sua criação (1962) até à sua aposentação
(1984). Publicou muitas dezenas de trabalhos médicos, alguns em revistas
estrangeiras (França, Espanha, Holanda) e proferiu lições na Faculdade de
Medicina do Porto. Em Maio de 1998 foi condecorado com a Medalha de Mérito da
Ordem dos Médicos e, em Novembro de 1999, foi condecorado com a Medalha de Ouro
da Sociedade Portuguesa de Pneumologia. Do seu trajecto de vida é indissociável
a consagrada carreira literária, sempre no campo poético. Desde 1978, publicou
15 títulos originais e diversas compilações, entre as quais uma antologia de
sonetos portugueses. A forte ligação de amizade de Armando Pinheiro ao mestre genial
Corino de Andrade reflectiu-se na sua obra “Sílabas Comuns”.
Armando Pinheiro, médico com uma extensa e
reconhecida obra literária, foi homenageado por amigos, familiares e colegas no
auditório da Bonjóia. A sessão literária celebrou um ser humano que todos apelidaram de inexcedível bondade. Armando
Pinheiro revela-se, na sua obra, um espírito habitado por uma permanente busca
de conhecimento, onde está presente o essencial da condição humana - a emoção
dos sentidos e a emoção do pensamento. Armando Pinheiro brinda-nos com poesia
onde as palavras seguem os olhares dos mundos. A revisitação a partir do
pensamento, ao mundo, ao Ser, ou simplesmente a lembrança da atmosfera que nos
invade produzem-nos emoções infinitas que, sendo registadas, culminam numa
obra. O escritor, poeta Armando Pinheiro, conseguiu-o. Os poemas revelam a
procura e o reencontro com a verdade e a natureza. Libânia Madureira, Maria
Mamede, Carlos Andrade, Fernando Ribeiro, amigos e família uniram-se na sessão
em homenagem a Armando Pinheiro e comungaram a poesia e suas qualidades éticas
e humanas. A apresentação bem circunstanciada esteve por conta de Libânia
Madureira, poetisa do Porto, que leu, declamou e interpretou vários poemas do
autor. Libânia Madureira leu e reiterou a mensagem de Cristina Correia, amiga
do autor e abordou o tema “Ser poeta e fazer poesia” de Fernando Paulo
Baptista. Agradecemos à Libânia Madureira, pelas referências, pela apresentação
que efetuou da obra do autor Armando Pinheiro e pelo incansável trabalho em
prol da cultura. A obra de Armando
Pinheiro sempre que for relida, os caminhos desdobrar-se-ão, alterar-se-ão,
porque nunca se repetem iguais, porque nela a palavra reveste uma indiscutível
força poética, uma narração em torno de uma emotividade essencial ao Humanismo.
Sameiro Pinheiro, Mota Cardoso, Libânia
Madureira, Maria Mamede, Carlos Andrade, Fernando Ribeiro, Noémia Travassos,
Madureira, Carlos Almeida, Eva Lima, Fernando Paulo Baptista, Cristina Correia,
entre outros excelsos amigos e família agradeceram o legado dos poemas, da
bonomia e da seriedade com que o autor Armando Pinheiro sempre soube estar na
vida.
Obrigado, Armando Pinheiro, pela sua vida de homem
de bem, de médico, de apóstolo e de poeta. Os amigos estão consigo… sempre…