domingo, 24 de agosto de 2014

CONCERTO SONS DO DOURO

concerto "Sons do Douro", dia 24 de agosto, pelas 22h, em Lamego



É um novo projeto de formação artística e cultural, que transforma pipas de vinho em instrumentos musicais e cruza as sonoridades da percussão tradicional portuguesa com outros ritmos contemporâneos.

Coordenação Artística: Filipe Marado (Professor de Música, Autor, Compositor e Intérprete).

Músicos: Alexandre Martins, André Moutinho, David Rodrigues, Fábio Cruz, Hélder Mota, Mathieu Martins, Miguel Alípio, Miguel Cruz, Pedro Cruz, Pedro Montenegro, Rangel Coutinho e Ricardo Ribeiro.

Reportório de Músicas: “Ao Douro”, “Só Calos”, “Mata o bicho”, “Ssssch”, “Socalcos”, “Puxa”, “Dança das Codornizes”, “Corra o Pipo (Ele que venha)”, “Douro Sem Palavras” e “Malhão”.

Vídeo [excertos] do concerto no Museu do Douro, dia 11 de julho:

O Médico, O Homem, o Poeta Armando Pinheiro 1922 – 2014

O Médico, O Homem, o Poeta
Armando Pinheiro
1922 – 2014
Armando Pinheiro, médico, poeta e escritor, foi homenageado na noite de 21 de agosto de 2014 no auditório da Bonjóia, no Porto, numa sessão literária que revisitou a poesia do autor. A família de Armando Pinheiro esteve presente. Para que a memória não se apague, Libânia Madureira lembrou e deu a conhecer o Homem, o Médico e o Poeta ARMANDO PINHEIRO. Uma noite de poesia, de afetos e musical decorreu no Serão da Bonjóia. Num convite à reflexão sobre a condição humana, Libânia Madureira e Maria Mamede fizeram a leitura de poemas do autor, acompanhadas à viola por Carlos Andrade e Fernando Ribeiro.
Nascido no Porto, em 1922, Armando Guimarães Pinheiro formou-se na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto em 1945. Foi Interno na Estância Sanatorial do Caramulo desde 1945 até 1947. No regresso do Caramulo, foi médico auxiliar e depois broncologista no Sanatório Rodrigues Semide. Chefiou o serviço de Broncologia do Sanatório D. Manuel II, entre 1955 e 1970. Foi director do Serviço de Cuidados Intensivos do Hospital de Santo António, onde trabalhou desde a sua criação (1962) até à sua aposentação (1984). Publicou muitas dezenas de trabalhos médicos, alguns em revistas estrangeiras (França, Espanha, Holanda) e proferiu lições na Faculdade de Medicina do Porto. Em Maio de 1998 foi condecorado com a Medalha de Mérito da Ordem dos Médicos e, em Novembro de 1999, foi condecorado com a Medalha de Ouro da Sociedade Portuguesa de Pneumologia. Do seu trajecto de vida é indissociável a consagrada carreira literária, sempre no campo poético. Desde 1978, publicou 15 títulos originais e diversas compilações, entre as quais uma antologia de sonetos portugueses. A forte ligação de amizade de Armando Pinheiro ao mestre genial Corino de Andrade reflectiu-se na sua obra “Sílabas Comuns”.
Armando Pinheiro, médico com uma extensa e reconhecida obra literária, foi homenageado por amigos, familiares e colegas no auditório da Bonjóia. A sessão literária celebrou um ser humano que todos  apelidaram de inexcedível bondade. Armando Pinheiro revela-se, na sua obra, um espírito habitado por uma permanente busca de conhecimento, onde está presente o essencial da condição humana - a emoção dos sentidos e a emoção do pensamento. Armando Pinheiro brinda-nos com poesia onde as palavras seguem os olhares dos mundos. A revisitação a partir do pensamento, ao mundo, ao Ser, ou simplesmente a lembrança da atmosfera que nos invade produzem-nos emoções infinitas que, sendo registadas, culminam numa obra. O escritor, poeta Armando Pinheiro, conseguiu-o. Os poemas revelam a procura e o reencontro com a verdade e a natureza. Libânia Madureira, Maria Mamede, Carlos Andrade, Fernando Ribeiro, amigos e família uniram-se na sessão em homenagem a Armando Pinheiro e comungaram a poesia e suas qualidades éticas e humanas. A apresentação bem circunstanciada esteve por conta de Libânia Madureira, poetisa do Porto, que leu, declamou e interpretou vários poemas do autor. Libânia Madureira leu e reiterou a mensagem de Cristina Correia, amiga do autor e abordou o tema “Ser poeta e fazer poesia” de Fernando Paulo Baptista. Agradecemos à Libânia Madureira, pelas referências, pela apresentação que efetuou da obra do autor Armando Pinheiro e pelo incansável trabalho em prol da cultura.  A obra de Armando Pinheiro sempre que for relida, os caminhos desdobrar-se-ão, alterar-se-ão, porque nunca se repetem iguais, porque nela a palavra reveste uma indiscutível força poética, uma narração em torno de uma emotividade essencial ao Humanismo.  Sameiro Pinheiro, Mota Cardoso, Libânia Madureira, Maria Mamede, Carlos Andrade, Fernando Ribeiro, Noémia Travassos, Madureira, Carlos Almeida, Eva Lima, Fernando Paulo Baptista, Cristina Correia, entre outros excelsos amigos e família agradeceram o legado dos poemas, da bonomia e da seriedade com que o autor Armando Pinheiro sempre soube estar na vida.

Obrigado, Armando Pinheiro, pela sua vida de homem de bem, de médico, de apóstolo e de poeta. Os amigos estão consigo… sempre…


sábado, 12 de julho de 2014

O Museu do Douro apresenta o espetáculo “Sons do Douro”

O Museu do Douro apresenta o espetáculo “Sons do Douro”

Sons do Douro” é um espetáculo único, que evoca o imaginário duriense que se redescobre em cada momento musical, em busca dos ambientes, dos sons em pipas de vinho que outrora percorriam as margens do rio Douro em direção ao infinito. Apreendemos o tempo, a alma e memória de uma paisagem que nos prende e nos sobressalta, através da proximidade com acontecimentos do quotidiano como os sons de pés a escorregar nos xistos dos socalcos ou dos cestos vindimos cheios de uvas às costas de quem ajudou a extrair das profundezas o precioso néctar que corre o mundo, dos chocalhos das juntas de bois que ajudavam da terra os homens a puxar à sirga os barcos rabelos ou do som cantado das tesouras de poda. Envolto numa ideia mítica de uma região com história e identidade, consagrada e celebrada pelos vinhos do Douro e Porto, o espetáculo “Sons do Douro” pretende promover um encontro emocionante de estilos musicais (música popular e percussão contemporânea) que se tornam singulares quando conjugados.

Coordenação Artística é da responsabilidade de Filipe Marado (Professor de Música, Autor, Compositor e Intérprete), que compôs e preparou uma série de temas musicais executados por 12 jovens músicos, com idades compreendidas entre os 18 e os 30 anos, provenientes dos concelhos de Lamego, Peso da Régua e Vila Real.

Sobre a escolha dos temas musicais para o espetáculo “Sons do Douro”, Filipe Marado explica que, após quatro semanas de ensaios e de preparação deste projeto musical inovador - promovido pelo Museu do Douro -, seguiu uma linha de inspiração em que o Douro Vinhateiro é uma referência central e insubstituível: 

“Meti a mão no pico de Urbiõn e de lá saquei o Sol. Depois fiz Homens e convoquei-os a fundirem-se com a terra sob o grito Ao Douro. Lá labutaram e sangraram pelos Calosrebentados. Mas as forças não se inventam nem aparecem do Meu santo ar, dei-lhes oBicho para matarem e braços e mente saciar. Vi-os moldar o Douro e sofrer como perdidos... Descansem agora pequenos, desta parte trato Eu. Rebentei cachos, encarnei a paisagem, sssch, pouco barulho, deixai-me trabalhar. Chegou novamente a vossa hora, em força para os Socalcospuxem cestos e suor, tragam-me a matéria maior. Lavei-lhes os pés e fi-los dançar como Codornizes em fila a marchar. Ficou feito, ficou pronto. Dei a todos o bom vinho a beber, ele que venha do bom pipo, Corra o Pipo pelo homem e mulher. Mas que hino lhe dediquei? Que línguas o podem contar? Sem palavras ficou o Meu Douro, sem palavras o fiz cantar.”

Músicos: Alexandre Martins, André Moutinho, David Rodrigues, Fábio Cruz, Hélder Mota, Mathieu Martins, Miguel Alípio, Miguel Cruz, Pedro Cruz, Pedro Montenegro, Rangel Coutinho e Ricardo Ribeiro.


Reportório de Músicas:  “Ao Douro”, “Só Calos”, “Mata o bicho”, “Ssssch”, “Socalcos”, “Puxa”, “Dança das Codornizes”, “Corra o Pipo (Ele que venha)”, “Douro Sem Palavras” e “Malhão”.

 “Sons do Douro” - Projeto Musical
“Sons do Douro” - Projeto Musical


sábado, 5 de julho de 2014

CONCERTO "SONS DO DOURO" Encontro entre a música popular e a percussão contemporânea. Museu do Douro, 11 de Julho 22H. Régua - Portugal

CONCERTO "SONS DO DOURO"
Encontro entre a música popular e a percussão contemporânea.


Museu do Douro, 11 de Julho 22H.





CONCERTO "SONS DO DOURO"
Encontro entre a música popular e a percussão contemporânea.


Museu do Douro, 11 de Julho 22H.



Régua - Portugal

terça-feira, 3 de junho de 2014

2014 "SONS DO DOURO" - MUSEU DO DOURO - PESO DA RÉGUA

2014 "SONS DO DOURO" - MUSEU DO DOURO - PESO DA RÉGUA






2014 «Sons do Douro» Museu do Douro

«SONS DO DOURO é um novo projeto de formação artística e cultural, que une a percussão tradicional portuguesa com outros ritmos contemporâneos. Um projeto musical inovador que descobriu sonoridades em pipas de vinho e que promove o encontro entre a música popular e a percussão contemporânea. “Sons do Douro” transforma pipas de vinho em instrumentos musicais e cruza as sonoridades da música popular e da percussão contemporânea.
“Sons do Douro” decorre sob a coordenação artística de Filipe Marado.
Promovido pela Fundação Museu do Douro, o espetáculo Sons do Douro surgiu em 2013, projeto desenvolvido no âmbito do “Entre Margens – O Douro em Imagens”| Autoria e Coordenação: Procur.arte – Associação Cultural| Direção Artística: Hugo Menezes - Produções Unipessoais, Lda.            
No presente ano 2014, “Sons do Douro” é o novo desafio lançado pelo Museu do Douro para apoiar novos talentos e novos projetos da música nacional. Inclui a participação de músicos que frequentam uma formação e workshop e criam uma peça de percussão com as pipas.
O Museu do Douro abriu um casting para encontrar novos talentos, que decorreu no Antigo Armazém 43 (Junto ao Solar do Vinho do Porto, Rua da Ferreirinha, Peso da Régia) nos dias 26 e 27 de maio, entre as 15h e as 19h. Terminou com sucesso o processo de casting para a seleção de participantes neste projeto de formação artística e cultural.
Coordenador do Projeto “Sons do Douro” Filipe Marado.
2014
Os ensaios “Sons do Douro”:
31 de maio (Sábado), das 15h às 18h.
2, 3, 4 Junho | 18h30-21h00
7 Junho | 15h00-18h00
9, 10, 11 Junho | 18h30-21h00

Local: Antigo Armazém 43, Junto ao Solar do Vinho do Porto
Rua da Ferreirinha, Peso da Régua

Se quiser participar nos ensaios poderá fazê-lo através dos seguintes contactos:

Coordenador: Filipe Marado
Telm. 914 194 935

Fiquem atentos às próximas Novidades do «Sons do Douro» Museu do Douro


quarta-feira, 14 de maio de 2014

Apresentação de ESSÊNCIAS no teatro Ribeiro Conceição, em Lamego

Apresentação de ESSÊNCIAS no teatro Ribeiro Conceição, em Lamego

Decorreu no dia 10 de maio no teatro Ribeiro Conceição, em Lamego, mais uma apresentação do livro "Essências", uma obra das Edições Esgotadas que consta de poemas de Acácio Pinto e de fotografias de Margarida Martins, tendo o prefácio a assinatura de Francisco Assis.
Aurelino Costa, poeta e consagrado "diseur", com vasta obra publicada em livro e cd/vídeo, também se associou a esta edição de "Essências" com um texto na contra-capa.
A muito aplaudida apresentação, detalhada e bem circunstanciada, esteve por conta de Cristina Correia, amiga do autor, mulher de cultura e da cultura, poeta e com vasta publicação na comunicação social e na blogosfera. 'Dissecou' o livro, de uma ponta à outra, leu vários poemas e fez contrapontos com diversos autores, Gonçalo Tavares, Italo Calvino e José Luís Peixoto.
Por parte da câmara municipal de Lamego interveio a vereadora da cultura, Marina Valle, que deu as boas vindas a todas e deixou bem expressa aquela que é a política da autarquia neste âmbito, disponibilizar os espaços municipais para a realização de eventos culturais, como foi o caso.
A encerrar usou da palavra o autor, Acácio Pinto, que para além dos agradecimentos, partilhou com os presentes o texto "sobre a origem da poesia" e que, abaixo, se transcreve.
Teresa Adão, das Edições Esgotadas, tinha logo no início enquadrado o evento para marcar o ritmo da sessão, anunciando que, esgotada que estava a primeira edição, nesta sessão se iria iniciar a venda da 2ª edição de "Essências".
Após as intervenções da mesa passou-se a palavra à plateia para as considerações e perguntas que houvessem por oportunas e, bem assim, foi efetuada a leitura de poemas, do livro, por várias pessoas presentes.

TEXTO de Acácio Pinto: SOBRE A ORIGEM DA POESIA
«Aqui viemos hoje para falar sobre e de um livro que se designa livro de poesia e ainda por cima com o título “Essências”.
Se desde logo pela poesia e pela linguagem poética muitos há que entendem estar perante uma linguagem hermética e inatingível, também o título essências poderá acabar por remeter tantos outros para o núcleo central da origem das coisas e, igualmente, para uma certa intangibilidade.
Mas vamos então à poesia e ao livro. Desde já, será que este livro se designa de poesia pela linguagem utilizada? Pelo seu conteúdo? Porque é escrito por alguém que se acha poeta? Ou, já agora, será que alguém é poeta porque usa a linguagem da poesia?
E aqui chegados estamos colocados perante o principal problema com que tantos investigadores, filósofos, homens e mulheres das artes e das letras se confrontam há tantos e tantos anos. Há séculos.
Que é: Afinal de onde vem a poesia? Qual a sua origem?
Mas estas e tantas outras questões conexas, parecendo tão complexas, terão, forçosamente, que ter respostas bem simples.
E as respostas simples são sempre aquelas que traduzem a verdade. E se traduzem a verdade, só podem utilizar uma linguagem, a linguagem da verdade. A linguagem da poesia: uma linguagem una, uma linguagem que efetue a fusão entre o significante e o significado.
É que, nesta nossa perspetiva, nesta nossa visão, só através da poesia se persegue e ascende à expressão comunicacional mais forte, porque mais elementar. Mais simples, portanto.
A poesia tem que estar sempre, então, na senda de um retorno ao tempo em que a relação íntegra e íntima entre o nome e a coisa, entre os signos e os objetos, entre os significantes e os significados, era uma e a mesma coisa. Ao tempo em que não necessitávamos de elementos de ligação, elementos externos para nos direcionarem. Todo o processo era interno, era um todo.
Exemplificando, em vez de se dizer “o homem É bom”, nessa linguagem, dizia-se “homem bom”; em vez de “o céu É azul” dizia-se “céu azul”; e em vez de “o mar É salgado” dizia-se “mar salgado”.
Através da poesia, portanto, procura-se um regresso àquele tempo em que as duas dimensões ainda se não haviam cindido e em que os elementos de ligação, neste caso o verbo ser, ainda não haviam sido inventados pelas derivas multi comunicacionais do exercício do poder e da vida esquiva.
E é por isso que, mais do que a poesia que hoje fazemos e que no futuro faremos, tudo não é mais do que, só e sempre, uma busca da intimidade maior que nasce nas fontes primeiras e que brota de dentro de cada eu poético. A poesia é essa deriva. Esse caminho. Esse Sísifo constantemente carregado, encosta acima, com essa grande pedra e que, tantas vezes, quando está a aproximar-se desse cume mais alvo, eis que ela se solta e regressa ao sopé. À base, ao sopé para um novo início.
E cada eu poético, cada um dos poetas, e aqui estão tantos, direi todos os que aqui estão, nessa busca incessante dessa linguagem una desse “corpus” primacial, nos parece e surge, então, como um fingidor “Finge tão completamente / Que chega a fingir que é dor / A dor que deveras sente”, como nos diz Fernando Pessoa na autopsicografia.
Mas é um fingidor ou um captador dessoutra realidade a que ele acedeu? Ou quer aceder? Finge ou revela a verdade captada pelo seu olhar de poeta?
Socorro-me de Rainer Maria Rilke, um poeta do séc. XIX, nascido em Praga, mas de quem se dizia que a sua verdadeira pátria era a poesia, uma pátria sem fronteiras, quando afirmava que “nenhuma profissão tem as dimensões necessárias às grandes coisas de que a verdadeira vida é feita”. E isto para quê? Para corroborar a tese de que é através da poesia, das dimensões artísticas que se acede a essa dimensão nuclear, à origem das coisas. Não através de qualquer desempenho de uma profissão, enquanto tal, enquanto tarefa mecânica e mecanizada. Sem a internalidade do ato de fazer.
E socorro-me de Rilke, portanto, para se perceber que não há bisturi, ou pipeta, nem bússola ou quadrante, não há técnica ou instrumento para aceder à origem da poesia.
Ela flui, salta, ela possui o poeta, o ser, carregada dos seus sons e palavras que este deixa escorrer até ao poema corpo, poema estrada, poema dor, poema fado, poema amor… até ao poema verdade.
E eis pois aí, aqui, o desiderato de todas essas fases que eu não conheço, de todas as químicas cujas fórmulas me/nos são insondáveis.
Eis o resultado dessa alquimia que vos oferto, essências de que me liberto, mas de que não estou certo que vos levem a minha verdade, a verdade que me tomou em cada momento de escrita… antes passará a ser a vossa verdade, a verdade diferente, mas a verdade de cada um que ler esta poesia que mais não é do que a projeção do vosso olhar sobre cada uma e cada de um vós.
Minha só foi no momento criativo, que morto está há muito.
Não sei se vos falei da origem da poesia, mas enquanto discorremos sobre isso estivemos lá, na origem, cada um bebeu na sua fonte primeira.
Não será essa a origem da poesia?
Acácio Pinto

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Apresentação de ESSÊNCIAS | Teatro Ribeiro Conceição | Lamego | 10 maio | 16 h. Livro de poesia de Acácio Pinto.



CONVITE

Apresentação de ESSÊNCIAS | Teatro Ribeiro Conceição | Lamego | 10 maio | 16 h. 

Livro de poesia de Acácio Pinto.

Estão tod@s convidad@s

No dia 10 de maio, pelas 16 horas, vai decorrer em Lamego, no teatro Ribeiro Conceição, a apresentação do livro de poesia de Acácio Pinto, ESSÊNCIAS, uma edição das Edições Esgotadas.

Principais detalhes:
Título - ESSÊNCIAS
Autor - Acácio Pinto (poemas) | Margarida Martins (fotos)
Prefácio - Francisco Assis
Editora - Edições Esgotadas
Páginas - 72
Apresentação por - Cristina Correia


Estão tod@s convidad@s

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

“Pertence à Água a Escolha dos Náufragos” Maria José Quintela



«...
não é nada. é só uma súbita isquémia a apagar a
memória das coisas não importantes. porque a vida
também é encenação e as boas intenções não são
exclusivas do inferno.
quando a cegueira for vidência e a verdade uma
missão talvez emerja o contorno da virtude que não é
representável. entretanto e entre uns e outros salva-se
o silêncio dos inocentes. mais tarde corrigem-se os
ângulos do erro. mesmo que seja tarde.
não é nada. é só um pensamento líquido na margem
do esquecimento. como se a morte já tivesse começado
a expropriar-nos.
...» Maria José Quintela

«...
acredito no amor sem adjectivos e na flor que não
promete a eternidade. no rasto dos anjos e dos
pássaros do sul. nos eclipses e nas searas de trigo.
acredito em ti e não acredito no tempo. nem nas poses
ostensivas dos falsos profetas que nos ignoram para
nos diminuir. adivinho-lhes o trejeito calculado no
conforto do disfarce.
e no entanto tudo é tão pouco e tão breve. e nem a pele
é resgate.
falta-me o entendimento dos videntes. que a mais
tenho a evidência do chão.
...» Maria José Quintela

«...
dentro do texto não se desfazem os nós nem se
sangram os segredos.
escava-se até à raiz e prova-se o sabor da terra.
antes do texto é preciso morrer por dentro.
...» Maria José Quintela



Maria José Quintela



O Salão Nobre dos Paços do Concelho de Lamego  foi, a 8 de fevereiro último, o palco escolhido para a apresentação pública do livro Pertence à água a escolha dos náufragos, da autoria de Maria José Quintela e edição da Chiado Editora.
Natural de Vila Real, onde nasceu em 1955, Maria José Quintela reside em Lamego, desde 1959. Licenciada em Enfermagem pela Escola de Enfermagem de S. João no Porto, exerce atualmente funções na unidade hospitalar de Lamego, do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, com a categoria profissional de Enfermeira Supervisora.
Em 2000, publicou o livro de poesia Vozes e Ecos (edição de autor), em 2006 o romance Um Olhar Não Basta (Publicações Penaperfeita) e em 2007 O mundo é irreal mas não me importa (Garça Editores).
Para além de trabalhos dispersos em publicações periódicas, participou também em diversas antologias: Quando o Além me Chamar, Vozes do Douro, Palavras que o Douro Tece e Entre o Sono e o Sonho.